Deu a lógica. Robson Gomes da Silva o ex-Robson do Sindicato é o Prefeito de Ipatinga. Se a batalha jurídica não recomeçar e o PT não entrar com alguma ação choramingando a derrota, o Robson vai governar Ipatinga até 31 de dezembro de 2012 sem direito à reeleição. Já estou antecipando esta questão do “se” porque ainda pode acontecer outros embates no campo jurídicos, na tentativa de tumultuar a vida política da cidade e ao mesmo tempo vingar mais esta derrota dos partidários da estrela vermelha.
Vamos esperar que o PT reconheça que a realidade é simples de compreender: Nas quatro eleições que disputou, o partido do Lula nunca conseguiu a maioria dos votos válidos na cidade, sempre investindo em uma ou duas candidaturas alternativas cujo candidato não tinha qualquer chance de ser eleito, mas dividia os votos da oposição, permitindo a vitoria do PT. Foi assim que o partido acumulou 16 anos de administração da cidade e na única vez que a eleição foi polarizada, Sebastião Quintão apeou do poder a petezada.
Agora, Robson depois de cair em seu colo um governo interino, após pouco mais de um ano como prefeito, pulou de seus 3000 votos para vereador para os 74.809 votos na eleição de ontem.
A votação não pode, no entanto, ser creditada simplesmente à popularidade do Robson e sim à rejeição ao PT. Ipatinga tem duas modalidades de eleitor: Os que votam no PT de olho fechado, alienados e fanáticos, e os que odeiam o PT e só votam em candidato que não seja do PT. Dentre estes, é certo que o Robson conseguiu cativar uma boa parcela pela sua simplicidade e pelo seu desempenho como prefeito interino apesar das limitações da interinidade, mas uma parte destes 74.809, votou no 23(numero do partido do Robson) como forma de evitar a volta do inimigo comum, o PT que desta vez veio com o casal ferramenta na esperança de voltar aos velhos tempos.
Apesar do resultado favorável ao Robson Gomes, 51.955 pessoas - cerca de 40,13% da população - ainda acredita que a cidade seria melhor administrada se fosse eleita a esposa do homem que em suas três administrações acumulou uma divida de mais de trinta milhões para com os cofres públicos municipais, dinheiro que a cidade de Ipatinga jamais vai poder ver a cor, já que na ultima declaração de renda o então candidato apresentou declaração de renda ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostrando que dispõe de R$ 1.026.851,15 distribuídos em bens como uma fazenda de 582 hectares em Bom Despacho , um apartamento em Belo Horizonte e veículo.
Coitado, com esta mixaria, como ele poderia pagar mais de 30 milhões aos cofres da prefeitura de Ipatinga? Isto sem falar que a justiça a pouco tempo já mandou bloquear mais de cinco milhões, dinheiro que a própria justiça também não sabe onde encontrar.
Com um orçamento anual da prefeitura de mais de 600 milhões, até que não seria difícil ele pagar a divida com alguma outra maracutaia na administração da cidade, mas a maioria da população não “pagou pra ver” e votou mesmo foi no Robson que, ate prova em contrario, é homem de bem e como diz o seu slogam de campanha, “é simples e trabalha bem”. Se isto é sinal de honestidade é outra questão. Se há alguma coisa errada com ele, com suas ações como prefeito interino, ainda não está nada provado, o que não é o caso do Chico que a justiça já condenou por diversas vezes.
Voltando à questão da eleição de ontem e de uma eventual ação na justiça, penso que desta vez a possibilidade de se tentar algo no judiciário é pouco provável que ocorra, já que com mais de 50% dos votos válidos, seria impossível o candidato segundo colocado ser empossado. O Robson abocanhou precisamente 57,78% dos votos dos eleitores ipatinguenses que compareceram à eleição - os chamados votos validos - logo, uma ação do PT no judiciário não o levaria a Deputada Cecília a sentar naquela cobiçada cadeira de prefeito municipal de Ipatinga.