Sabe
aquele Ministro do STF que era advogado do Lula, do PT e do Zé Dirceu? Aquele
que quando era advogado prestou dois concursos para juiz de primeira instância
e foi reprovado nos dois?
Aquele
que ao longo da vida com políticos investigados ou condenados conquistou a
desconfiança de 99% da população brasileira?
Seu nome
de batismo é José Antônio Dias Tóffoli. Ele foi levado ao cargo de Ministro da
mais alta corte da justiça brasileira pelo que se chama de possuir notório saber jurídico.
Eu fico
pensando o que seria o tal de notório saber deste Dias Tóffoli para ocupar uma
vaga no Supremo Tribunal Federal. Fico lembrando dos concursos para juiz da
primeira instancia que ele fez e não passou. É claro que ninguém é obrigado a
prestar concurso para juiz de primeiro grau se quer, um dia, integrar o
Supremo.
Se ele
tivesse sido pelo menos juiz de primeira instância, a gente poderia creditar o
seu desempenho como juiz o título de “notório saber”
Pelo que
pesquisei, ele formou-se bacharel em direito, pela Universidade de São Paulo,
em 1990. Não fez doutorado. Também não fez mestrado.
Nada
impede, porém, um advogado, mesmo sem essas qualificações acadêmicas de escrever
livros sobre a sua área, o que o tornaria notável na sua profissão. Diria até
que pode haver algo de interessante nisso: O autor se torna, assim, uma espécie
de livre-pensador, articulando, muitas vezes, um pensamento original, mas
vital, fora dos cânones.
Acontece
que o Tóffoli também não escreveu livro nenhum. Logo, se conclui que escrever
também nunca foi seu forte.
Então
estamos assim até agora:
Ele foi
reprovado duas vezes em concurso para juiz de primeiro grau;
Ele não fez doutorado;
Ele não fez doutorado;
Ele não fez
mestrado
Ele não é
autor de livro nenhum.
Enfim,
pesquisando encontrei então alguns atributos em seu curriculum que devem tê-lo
capacitado para ocupar o cargo que ocupa no STF: Ele foi amigo do Lula; Ele advogou
para o Lula; Ele era amigo do Zé Dirceu, Ele foi advogado do PT. Pronto, eis o notório
saber jurídico do Toffoli.
Eu sei
que o candidato a uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF) após
ser indicado pelo presidente da República é submetido a uma sabatina na
Comissão de Constituição e Justiça do Senado que é composta por 27 senadores.
Bem, pelo
currículo não foi exatamente que ele chegou ao STF, mas quem o indicou à época
era forte e poderoso.
Mas isto não
importa mais e o emprego de Tóffoli está garantido até os 75 anos de idade.
Apesar da
minha ignorância entender que ele não tem o notável saber, Tóffoli se tornou tão
poderoso que está decidindo tudo no Brasil durante o período de férias dos
demais ministros.
Como
presidente e responsável pelo plantão durante o recesso dos demais membros, decisão
monocrática do ministro Dias Tóffoli, derrubou a proibição de exibição do
especial do Porta dos Fundos cuja decisão havia sido tomada por um
desembargador do tribunal de Justiça do
Rio de Janeiro que entendeu que o direito à liberdade de expressão, imprensa e
artística não é absoluto.
Fico
pensando se assuntos desta espécie precisam do STF para resolver.
Tóffoli
também impediu bloqueios de recursos de Estados como Minas Gerais, mandou tirar
os nomes dos entes federativos de cadastros de inadimplência e interferiu na
redução dos valores do DPVAT, voltando depois atrás na decisão.
Mandou
também notificar o ministro da Educação, Abraham Weintraub, por ter chamado a
União Nacional dos Estudantes (UNE) de máfia e determinou que a União liberasse
o Fundo de Segurança.
Mandou a
Justiça analisar se um operador do MDB, João Henriques, deve ir para o
semiaberto, ordenou a recontagem de votos para deputado estadual no Amapá e a
soltura do ex-prefeito de Sebastião Leão, no Piauí, José Jeconias, preso em
operação que investigou desvio de recursos públicos naquele município.
Tudo isto
em regime de plantão, interferindo em casos que estão em outras instâncias e que
não parecem possuir urgência suficiente para uma decisão extraordinária e
emergencial.
A concentração
de poder nas mãos do Supremo Tribunal Federal e, em especial, nas mãos de um
único ministro em períodos de plantão, deveria gerar reflexão e debate no
Brasil.
Enfim, é
poder demais para uma pessoa só.