terça-feira, 29 de dezembro de 2020

HONDA PULA DO BARCO



O 2020 do Botafogo foi uma bagunça, uma decepção: Sim, uma zona. Elenco mal montado, várias trocas de comando técnico, salários atrasados, erros de arbitragem e os resultados dentro de campo culminando para um lamentável iminente rebaixamento. Não faltam motivos para um jogador, por mais profissional que seja, ficar desmotivado em qualquer clube de futebol, principalmente longe da família e encarando as diferenças culturais e de língua. Imagine agora que depois disso tudo, você ainda é avisado que tem uma lesão que o tirará dos gramados por um mês, bem próximo do fim do seu contrato. Isso tudo foi vivenciado por Keisuke Honda, que nesta segunda feira (28/12) pediu a rescisão do seu vínculo com o Botafogo de Futebol e Regatas, conhecido como Glorioso.

Porém, por mais justificativas que o japonês tenha para dar, sua saída é pela porta dos fundos. Honda chegou contagiado pelos torcedores nas redes sociais e abraçado no aeroporto em fevereiro por uma multidão de apaixonados, disse que apaixonou pelo clube, no entanto, em um dos piores momentos da instituição, pede para sair.

Há exatamente um mês, Honda usou seu perfil no Twitter, após mostrar sua insatisfação com a diretoria com a demissão do Técnico Ramón Días, para dizer que "não era apenas um funcionário" e sim um parceiro. Que parceria é essa Japa?

O Botafogo estendeu a mão para um projeto profissional (disputar os Jogos Olímpicos de Tóquio), preparou uma recepção com status de ídolo, deu a faixa de capitão do time, comercializou produtos com seu nome, e é assim que é correspondido? Pedindo o rompimento de um contrato às vésperas de uma iminente queda para a série B? Isto eu chamo de pular do barco e não era esta atitude que os milhões de botafoguenses espalhados pelo mundo todo esperavam de você.

Não tem outra palavra para resumir a passagem de Honda pelo Botafogo que não seja decepção, inclusive dentro de campo, onde pouco entregou e foi omisso em alguns casos como líder. Penso que o rendimento em campo não foi o esperado porque nem sempre os técnicos o colocaram para jogar na posição que gostava e poderia render mais. Mas isto certamente se resolveria com uma conversa, e já que se considerava parceiro, o diálogo seria mais que fundamental.

Enfim, uma parceria dessas o Glorioso não precisa, ainda mais neste momento triste e conturbado.

De minha parte, continuo gostando do futebol do Honda. Eu entendo que o futebol é esporte coletivo e ninguém consegue ganhar jogo sozinho. Com este time atual do Botafogo, Messi, Cristiano Ronaldo ou Neymar nada poderiam fazer.

Minha indignação é com a atitude de pular do barco justamente no momento mais difícil do time nos últimos anos.





terça-feira, 24 de novembro de 2020

O CRIME NO CARREFOUR

Eu já estou cansado de ver na televisão a notícia do crime no Carrefour. Já estou sabendo de cor a história, o que me leva a alguma reflexão:

João Alberto chega ao supermercado com a mulher, Milena, pouco antes das 22h. Dez minutos depois, o casal vai ao caixa para pagar as compras, onde ele parece conversar com a esposa e a atendente.

Logo em seguida, o cliente sai do caixa e se aproxima de uma outra funcionária de preto, que estava ao lado do segurança Magno Borges Braz. A funcionária se esquiva e sai de perto, mas ele segue atrás dela e faz um gesto com a mão esquerda levantada.

Foi essa funcionária que relatou em depoimento que João Alberto passou a encará-los enquanto estava no caixa. Ela disse que não entendeu o que ele disse, por causa do barulho e da máscara, e que ele "não parecia estar fazendo uma brincadeira quando gesticulou em direção a ela e seu colega, mas parecia estar furioso com alguma coisa".

A esposa Milena deu outra versão à polícia sobre esse momento. Ela afirmou que seu marido "fez um sinal com as mãos para uma moça magrinha de roupa preta, em forma de brincadeira".
Nos minutos seguintes, João Alberto volta para perto da mulher e espera ela passar as compras pelo caixa. Então chega uma terceira funcionária de branco, a fiscal Adriana Alves Dutra que  conversa com o segurança Magno e com João Alberto.

Um segundo vigilante, Giovane Gaspar, aparece, coloca a mão nas costas do cliente e os três - a mulher de branco e os dois seguranças - o seguem até a saída do estabelecimento.

A certa altura do caso, João Alberto dá um soco em um dos vigilantes ao chegar na porta. Ai foi que desencadeou todo o problema: Ele  foi espancado por pelo menos dois minutos e asfixiado por quase quatro minutos, diante de umas 15 testemunhas e morreu no local.

Bem, conforme foi apurado, o pobre João Alberto era mesmo um amor de pessoa: duas condenações por porte ilegal de arma, uma por bater em mulher e outra por ameaça, além de ter metido um soco na cara do segurança que não estava nem encostando nele. E essa "brincadeira" com a caixa? Ele tinha o hábito de brincar com mulher desconhecida do lado da esposa? Realmente, essa tentativa de criar um George Floyd brasileiro é a cara da esquerda brasileira: mentirosa e hipócrita.

Ao ser acompanhado pelos seguranças até a porta, Alberto desferiu um soco na cara de um deles que reagiu. O santinho é bandido e tem a ficha corrida maior que a ponte Rio-Niterói. Condenado duas vezes: porte ilegal e violência doméstica, isto é o que já foi levantado da capivara dele. Ate neste mesmo supermercado ele já arranjou confusão alguma vez. Certo é que o valentão encontrou pessoas mais corajosas e valentes que ele no caminho. Não foi racismo; provocou, tomou uma sova e acabou vindo a óbito. Enquanto isso, os militantes oportunistas criam suas narrativas falsas, e a Globo que nesta semana ate esqueceu um pouquinho o Bolsonaro, não mostra outra coisa em seus jornalísticos. Nem o Coronavírus que ocupava 90 por cento do espaço do mereceu tanta divulgação.

Na verdade, a imprensa esquerdopata quer criar o Floyd brasileiro para sempre ser lembrado no dia 20 de novembro de todo ano. Esse mártir que arranjaram tem tudo ver com a cara deles, só ver a ficha do cidadão.

Fato é que de racismo essa história não tem nada. Tem um folgado, metido a valente que quis enfrentar os seguranças e deu um soco na cara de um deles. Quando isto acontece, seja onde for, é morte na certa.

 Pelo que a gente vê no noticiário da TV, pelo que a Globo mostra, ele era um santo, pacifico, bonzinho e dócil, apenas deu um soquinho de brincadeira no segurança.

 A mulher do gente finíssima do caso em questão disse que ele fez uma brincadeira com a caixa do supermercado. Qual foi a brincadeira?  Ainda não estou conseguindo entender. E porque os seguranças o acompanhavam até a saída? Segurança só faz isso com quem apronta seja negro, branco, amarelo, cafuso, mameluco, índio, pardo, etc.

Acho que os seguranças do Carrefour usaram o que o ex juiz de futebol Arnaldo Cesar Coelho chamaria de força desproporcional e para mim  nada justifica matar alguém, entretanto esse Alberto, pelo que entendi morreria na rua, no boteco ou na boca. Por azar do supermercado morreu no Carrefour.


terça-feira, 14 de julho de 2020

O LADRÃO QUE QUERIA SER PRESO

(*)Rodrigo Alves de Carvalho



O renomado deputado federal Almir Farinha de Andrade recebe o companheiro de partido e deputado estadual, Samuel Soledade Gusmão para tomarem um delicioso café da manhã em sua mansão. Entre um pedaço de queijo suíço e um gole de suco de laranja, o deputado Farinha, comenta:
- Nobre colega. Não sabe como me sinto bem nesta manhã!
- Ora nobre deputado. Eu também me sentiria bem na sua situação. Afinal de contas, o governador está por lhe indicar para o senado.
- Isso para mim é coisa pequena.
Samuel Soledade fica curioso, o que mais poderia ser melhor que uma indicação para o senado.
- Há algum tempo tenho um sonho. É um sonho incrível, desses que a gente precisa transformar em realidade a qualquer custo.
- Que sonho é este nobre colega? Por acaso quer se candidatar ao governo do estado?
- Não! Estou pensando em ser preso! O que acha?
Silêncio.
- Como assim ser preso? Quer dizer... preso mesmo, numa cadeia, camburão, Polícia? ...
- É claro! Tenho sonhado com isso há muito tempo.
O deputado federal se levanta com ar de deboche.
- Você deve estar louco caro colega. Você sabe que um deputado não vai preso.
- Não! Eu vou ser preso nesse país nem que a vaca tussa!
- A gente rouba o povo, legisla a favor próprio, recebemos propina de meio mundo, subornamos, superfaturamos dinheiro de obras públicas... e nunca fomos presos. Como é essa sua ideia fantástica para ser preso?
- Hoje em dia a melhor coisa para roubar do povo é a Previdência. Roubar velhinhos aposentados e doentes dá o maior Ibope.
- Impossível!
- Mas eu vou roubar na cara do povo. Todo dia se for preciso, roubo de dia e de noite, roubo até na fila do INSS à mão armada se for preciso.
A tarde Samuel Soledade vai embora indeciso, duvidando da estratégia do nobre colega para ser preso.
Na outra semana os jornais estamparam a manchete:
Deputado federal desvia mais de cem milhões da Previdência.
A notícia abalou toda a população. A Polícia Federal interveio junto com o Ministério Público, mas depois de dois meses de investigações, ficou constatada a isenção do deputado Farinha nesse escândalo. Mesmo que o deputado jurasse de pé junto que era o responsável pelo desfalque. Segundo o juiz, o deputado havia sido um joguete da oposição e que sua reputação era inquestionável. Sem desanimar, Almir Farinha, tentou ser preso outra vez, e novamente desfalcou a Previdência. A imprensa noticiou os fatos, foram apresentadas provas, parecia que o deputado iria realizar seu sonho. Mas os juízes decidiram arquivar o caso.
Passados alguns meses, os amigos, deputados Samuel Soledade e Almir Farinha se encontraram novamente na mesma mansão.
- Não disse que o nobre colega nunca seria preso neste país?
- Não é justo colega. Também sou um cidadão. Por que não posso ir preso como qualquer pessoa normal?
- Porque nós somos políticos!
- Que sina maldita. Por que não segui os conselhos de minha mãe quando dizia para não me meter com política!
Almir Farinha chorou muito naquele dia.
No ano seguinte, era eleito senador, com uma contagem impressionante de votos. Seu partido até pensa em trabalhar para que se torne presidente da República. Enquanto isso, o senador vai roubando na cara de todo mundo. Afinal de contas, roubar faz parte da rotina de um político bem-sucedido.


(*)Rodrigo Alves de Carvalho nasceu em Jacutinga (MG). Jornalista, escritor e poeta possui diversos prêmios literários  e participação em importantes coletâneas de poesia, contos e crônicas. Em 2018 lançou seu primeiro livro  intitulado “Contos Colhidos” pela editora Clube de Autores - rodrigojacutinga@hotmail.com

quarta-feira, 8 de abril de 2020

Corona vírus


Quarentena é certo? É.
Quarentena é errado? É
Bolsonaro está certo? Está
Bolsonaro está errado? Está
É fácil defender a quarentena em uma casa confortável, com TV, Netflix, PC, Wi-Fi, armário cheio, sabendo que se não trabalhar mesmo assim seu salário está garantido.

É difícil defender quarentena quando o armário já está vazio e que se não trabalhar não tem salário, que trabalha de manhã para comer de noite e o filho está pedindo pão.

Os médicos veem o lado da saúde: Quarentena.
Os economistas veem como manter os insumos para os médicos: Economia.
Os líderes veem a moral e o bem estar emocional: calma, é só uma gripe (para 80, 90% que pega).
A mídia vê o interesse de quem paga: histeria, distorções, pânico.

Cabe a nós o bom senso, a honestidade e o apartidarismo.

Opiniões rasas no conforto é fácil. Entender que nenhuma ação tomada vai ser simples, é difícil.

Temos que pensar que toda decisão tem pontos positivos e negativos.

Não podemos ser simplista. Não adianta falar que tem que seguir a quarentena a todo custo, e nem falar sobre os danos pós quarentena onde vai morrer gente por falta de dinheiro para saúde em geral, aumento da criminalidade, da fome, depressão e suicídio.

Em poucos dias os serviços essenciais não terão condições de continuar a funcionar sem os não essenciais:

A empresa que produz álcool em gel precisa da empresa de plástico que produz a garrafinha.

Sabe os deliverys? Já já vão precisar das embalagens de papelão.

Caminhoneiros com materiais de hospitais precisam de restaurantes, oficinas, borracharias. Todas esses empresas precisam de outras.

Tem que haver prevenção aos grupos de risco e tem que haver o andar da economia.

Uma coisa depende da outra.

Precisamos de um consenso. 

segunda-feira, 13 de janeiro de 2020

O DONO DO STF DURANTE O RECESSO



Sabe aquele Ministro do STF que era advogado do Lula, do PT e do Zé Dirceu? Aquele que quando era advogado prestou dois concursos para juiz de primeira instância e foi reprovado nos dois?
Aquele que ao longo da vida com políticos investigados ou condenados conquistou a desconfiança de 99% da população brasileira?

Seu nome de batismo é José Antônio Dias Tóffoli. Ele foi levado ao cargo de Ministro da mais alta corte da justiça brasileira pelo que se chama de possuir notório saber jurídico.

Eu fico pensando o que seria o tal de notório saber deste Dias Tóffoli para ocupar uma vaga no Supremo Tribunal Federal. Fico lembrando dos concursos para juiz da primeira instancia que ele fez e não passou. É claro que ninguém é obrigado a prestar concurso para juiz de primeiro grau se quer, um dia, integrar o Supremo.
Se ele tivesse sido pelo menos juiz de primeira instância, a gente poderia creditar o seu desempenho como juiz o título de “notório saber”

Pelo que pesquisei, ele formou-se bacharel em direito, pela Universidade de São Paulo, em 1990. Não fez doutorado. Também não fez mestrado.

Nada impede, porém, um advogado, mesmo sem essas qualificações acadêmicas de escrever livros sobre a sua área, o que o tornaria notável na sua profissão. Diria até que pode haver algo de interessante nisso: O autor se torna, assim, uma espécie de livre-pensador, articulando, muitas vezes, um pensamento original, mas vital, fora dos cânones.

Acontece que o Tóffoli também não escreveu livro nenhum. Logo, se conclui que escrever também nunca foi seu forte.

Então estamos assim até agora:
Ele foi reprovado duas vezes em concurso para juiz de primeiro grau;
Ele não fez doutorado;
Ele não fez mestrado
Ele não é autor de livro nenhum.

Enfim, pesquisando encontrei então alguns atributos em seu curriculum que devem tê-lo capacitado para ocupar o cargo que ocupa no STF: Ele foi amigo do Lula; Ele advogou para o Lula; Ele era amigo do Zé Dirceu, Ele foi advogado do PT. Pronto, eis o notório saber jurídico do Toffoli.

Eu sei que o candidato a uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF) após ser indicado pelo presidente da República é submetido a uma sabatina na Comissão de Constituição e Justiça do Senado que é composta por 27 senadores.  
Bem, pelo currículo não foi exatamente que ele chegou ao STF, mas quem o indicou à época era forte e poderoso.

Mas isto não importa mais e o emprego de Tóffoli está garantido até os 75 anos de idade.

Apesar da minha ignorância entender que ele não tem o notável saber, Tóffoli se tornou tão poderoso que está decidindo tudo no Brasil durante o período de férias dos demais ministros.

Como presidente e responsável pelo plantão durante o recesso dos demais membros, decisão monocrática do ministro Dias Tóffoli, derrubou a proibição de exibição do especial do Porta dos Fundos cuja decisão havia sido tomada por um desembargador   do tribunal de Justiça do Rio de Janeiro que entendeu que   o direito à liberdade de expressão, imprensa e artística não é absoluto. 

Fico pensando se assuntos desta espécie precisam do STF para resolver.

Tóffoli também impediu bloqueios de recursos de Estados como Minas Gerais, mandou tirar os nomes dos entes federativos de cadastros de inadimplência e interferiu na redução dos valores do DPVAT, voltando depois atrás na decisão.

Mandou também notificar o ministro da Educação, Abraham Weintraub, por ter chamado a União Nacional dos Estudantes (UNE) de máfia e determinou que a União liberasse o Fundo de Segurança.

Mandou a Justiça analisar se um operador do MDB, João Henriques, deve ir para o semiaberto, ordenou a recontagem de votos para deputado estadual no Amapá e a soltura do ex-prefeito de Sebastião Leão, no Piauí, José Jeconias, preso em operação que investigou desvio de recursos públicos naquele município.

Tudo isto em regime de plantão, interferindo em casos que estão em outras instâncias e que não parecem possuir urgência suficiente para uma decisão extraordinária e emergencial.

A concentração de poder nas mãos do Supremo Tribunal Federal e, em especial, nas mãos de um único ministro em períodos de plantão, deveria gerar reflexão e debate no Brasil.


Enfim, é poder demais para uma pessoa só.