sexta-feira, 18 de agosto de 2017

BOTAFOGO

Silva, um de tantos personagens do humorista Chico Anysio, tinha como bordão a expressão “se eu gostasse de facilidade não torcia pro Botafogo”.

O Botafogo é um clube meio estranho, diferente, sedutor em sua forma de ser único dentre os outros. Não temos mais títulos, não temos maior torcida, não somos maior em nenhum dos quesitos matemáticos usados para comprovar a suposta grandeza de um clube de futebol.

O Botafogo é diferente. Qual o único clube do mundo a ter um ditado só seu gravado na memória popular do povo de seu país?  Segundo tal dito “tem coisas que só acontecem ao Botafogo”. Sofremos às vezes e somos ao mesmo tempo felizes pelo simples fato de sermos Botafogo. É que de vez em quando, gostamos de contrariar o óbvio.

Nosso mais querido jogador tem o nome guardado na memória de nosso povo: Mané Garricha - a alegria do povo. Quem consegue não lembrar deste nome quando se fala nos maiores craques do futebol brasileiro de todos os tempos?

Em copas do mundo, quem foi o clube que mais colaborou com as conquistas? O Botafogo, claro, pois acreditem que até hoje o Botafogo é o clube que mais cedeu jogador para a seleção brasileira.

Torcedor do Botafogo, no dizer do jornalista Lucio Rangel não gosta de futebol, gosta é do Botafogo.  O futebol é apenas o detalhe que lhe permite exercer seu sagrado direito de amar um clube que não é o maior em nada segundo as estatísticas dos que vivem de quantidade.

Como explicar a paixão de um mineiro por time do Rio? Só que botafogo não é time somente dos cariocas, mas para os escolhidos pela estrela solitária do destino, onde quer que esteja.

Botafogo é bem mais que um clube – é uma predestinação celestial. Seu símbolo é uma entidade divina. Feliz da criatura que tem por guia e emblema uma estrela. Por isso é que o Botafogo está sempre no caminho certo. O caminho da luz. Feliz do clube que tem por escudo uma invenção de Deus.

João Moreira Salles, cineasta e, igual a mim, apaixonado pelo Botafogo disse certa vez ter pena daqueles que, por infelicidade do destino ou desvio de caráter, não são como nós, Botafoguenses.

O poetinha Vinicius de Morais se declarou fiel à sua infância tendo escolhido torcer pelo Botafogo cuja escolha em seu dizer não se tratava de uma paixão, mas de uma senha para a cidadania.

 Assim é o Botafoguense. Os invejosos desafiam, dizem que nós somos poucos. Equívoco; Somos relíquias. E preciosidade não se encontra às pencas no boteco da esquina.

Ser Botafogo é escolher um destino e dedicar-se a ele. Não se pode ser Botafogo como se é outro clube: você tem que ser de corpo e alma.

Me orgulho de ser Botafogo!