O Botafogo é um clube meio
estranho, diferente, sedutor em sua forma de ser único dentre os outros. Não
temos mais títulos, não temos maior torcida, não somos maior em nenhum dos quesitos
matemáticos usados para comprovar a suposta grandeza de um clube de futebol.
O Botafogo é diferente. Qual
o único clube do mundo a ter um ditado só seu gravado na memória popular do
povo de seu país? Segundo tal dito “tem
coisas que só acontecem ao Botafogo”. Sofremos às vezes e somos ao
mesmo tempo felizes pelo simples fato de sermos Botafogo. É que de vez em
quando, gostamos de contrariar o óbvio.
Nosso mais querido jogador
tem o nome guardado na memória de nosso povo: Mané Garricha - a alegria do povo.
Quem consegue não lembrar deste
nome quando se fala nos maiores craques do futebol brasileiro de todos os
tempos?
Em copas do mundo, quem foi
o clube que mais colaborou com as conquistas? O Botafogo, claro, pois acreditem
que até hoje o Botafogo é o clube que mais cedeu jogador para a seleção
brasileira.
Torcedor do Botafogo, no
dizer do jornalista Lucio Rangel não gosta de futebol, gosta é do Botafogo. O futebol é apenas o detalhe que lhe permite
exercer seu sagrado direito de amar um clube que não é o maior em nada segundo
as estatísticas dos que vivem de quantidade.
Como explicar a paixão de um
mineiro por time do Rio? Só que botafogo não é time somente dos cariocas, mas
para os escolhidos pela estrela solitária do destino, onde quer que esteja.
Botafogo é bem mais que um
clube – é uma predestinação celestial. Seu símbolo é uma entidade divina. Feliz
da criatura que tem por guia e emblema uma estrela. Por isso é que o Botafogo
está sempre no caminho certo. O caminho da luz. Feliz do clube que tem por
escudo uma invenção de Deus.
João Moreira Salles,
cineasta e, igual a mim, apaixonado pelo Botafogo disse certa vez ter pena
daqueles que, por infelicidade do destino ou desvio de caráter, não são como
nós, Botafoguenses.
O poetinha Vinicius de
Morais se declarou fiel à sua infância tendo escolhido torcer pelo Botafogo
cuja escolha em seu dizer não se tratava de uma paixão, mas de uma senha para a
cidadania.
Assim é o Botafoguense. Os
invejosos desafiam, dizem que nós somos poucos. Equívoco; Somos relíquias. E
preciosidade não se encontra às pencas no boteco da esquina.
Ser Botafogo é escolher um
destino e dedicar-se a ele. Não se pode ser Botafogo como se é outro clube: você
tem que ser de corpo e alma.
Me orgulho de ser Botafogo!